16
Mar
07

A segunda escola primária.

    Tive a
sorte de sair da minha primeira escola primária em meados da década de 80, fui
parar a outra no final do segundo ano, a nova escola era localizada num local
novo na altura, o bairro do social do lameirinho, por incrível que parece esta
escola era mesmo muito melhor que a escola de freguesia por antes tinha
passado.
    A escola
localizada no pesqueiro era um verdadeiro inferno, era uma escola de freguesia
aonde os alunos na sua maioria não brilhavam pelo brilhantismo intelectual
(eram burros) e a professora primária (a bruxa) passava mais tempo a divertir-se
descarregando as suas frustrações pessoais sob a forma de reguadas, puxões de
orelha, bater com a cabeça dos alunos no quadro e outros castigos igualmente humilhantes
para os alunos de forma que alguns ficaram guardados até hoje sob a forma de
traumas, manifestando-se ocasionalmente. Depois, havia as brigas nos
intervalos, naquela escola os alunos só sabiam fazer duas coisas, jogar à bola
e porrada, por isso o recreio servia por vezes de palco de brigas sem razão,
apenas porque ninguém estava a jogar à bola.
    Na nova
escola a professora era rígida com a disciplina mas no entanto aplicava-a de
forma igual, não era como a outra que tinha antes que sem razão distribuía reguadas
e outros castigos. Aqui fui muito melhor tratado, apesar de ter-me envolvido
mesmo assim em brigas, não era coisa de todos os dias, acho que lá tive só uma
meia dúzia nos 2 anos que lá estive.
    Mesmo
assim, havia algo que estragava tudo para os outros, na minha dita turma havia
um filho de uma professora qualquer, que era mais ou menos vigiado de perto
pela professora, o sacana sabia disso e aproveitava-se, muitas vezes se safava
devido ao estatuto de filho de professora, por isso sempre chateou-me. Só
resolvi o assunto pelos lados do liceu, um dia que o encostei à parede e o
coloquei sob a mira do meu punho directamente apontado à cara dele, não lhe
cheguei a enfiar um murro nas fuças, mas ter-lhe atirado contra uma parede e o
ter imobilizado foi o suficiente. A vingança havia tardado, mas a justiça havia
sido feita, ao menos, a meu ver. Esse nunca mais me falou.
    Tirado isso,
a segunda escola primária até foi fixe, ao menos aprendi alguma coisa lá, algo
que não era feito na minha primeira escola.


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